quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O ANJO CAÍDO (1ª Temp.) Cap.10




10. O retorno do anjo caído
 
Eu assistira a tudo.
Vi quando Belzebu, o cara de moicano, aproximara-se da mulher que me seqüestrara qual ele finca bem no meio do peito.
Uma adaga dourada.
Eu também vi como o fogo da lareira se transformara. Mudando de um fogo brando para uma verdadeira fornalha. Fornalha que categoricamente tragara o corpo inerte de minha seqüestradora, assim que, Belzebu terminara de proferir algumas palavras que me pareciam alguma espécie de encanto.
Belzebu que assistia a tudo próximo a lareira joga a adaga ensangüentada na direção desta. O fogo corresponde digerindo-a, era como se cada chama daquele fogo possuísse vida.
A mulher ao meu lado que parecia uma cadela de guarda, dera um sorriso escroto quando vira a sua parceira ser abocanhada pelas chamas vorazes da lareira.
--O que está acontecendo?—pergunto a cadela-de-guarda.
--Um sacrifício... —diz-me ela compenetrada naquele show de pirotecnia.
--Sacrifício para quem?—interrogo novamente.
--Para Lúcifer – diz ela me encarando dessa vez. Com aqueles olhos verdes quais não aparentavam estar mentindo, pelos menos não no momento. Aqueles cabelos pretos contornavam um rosto oval, pálido e delicado como o de uma boneca de gesso.
Mas havia algo de maligno no fundo daquela bela constituição. Uma maldade escondida espreitava-se atrás dos olhos esmeraldinos. Algo de malicioso estava por trás daqueles lábios pequeninos, vermelhos e insinuantes como um botão de rosa.
Encarávamo-nos quando, de repente, a lareira explode em chamas. Um jato denso de fogo sai de dentro dela como se ela estivesse vomitando. Faz uma brusca curva no ar correndo em direção a abóboda do salão qual é despedaçada em poucos segundos.
Não podia acreditar. Lúcifer estava chegando...
***
Havíamos destruído todos os condenados. Não sobrara nenhum para contar a história. Estávamos quase aterrissando, quando uma terrível explosão, eclode da mansão.
--O que é aquilo? –pergunta Uriel indicando com o dedo o que todos nós já estávamos vendo:uma profusão de chamas jorrava da mansão como se fosse um gêiser do inferno. Subia em riste ao céu negro como um dragão maligno. E logo após duns instantes, a torrente de chamas vermelho-alaranjadas desaparecem no ar, como se nada houvesse acontecido.
Simplesmente evaporam-se.
Olho para Rafael e ele para mim. Nossa troca de olhares talvez tivesse a resposta do que estava acontecendo.
--Vamos, temos de ir rápido—fora a resposta de meu irmão.
E seguimos na direção da mansão. Meu coração parecia feito de chumbo, cujo jogaram dentro dum um lago.
***
Um pedaço enorme de concreto que se desprendera da abóboda que cobria, a pouco minha cabeça, vinha vindo na minha direção, quando o cara de moicano se aproxima de mim e de minha cadela de guarda, proferindo em alto e bom som:
--ARCUS PROTEGERE!!!
E no mesmo instante em que íamos ser esmagados, uma espécie de escudo surge das ambas as mãos de Belzebu protegendo-nos. Era um escudo avermelhado e transparente que fez com que aquele pedaço do teto, desintegrasse no mesmo momento em que ele tocara a proteção.
Ficamos nessa durante uns poucos minutos, esperando até que a chuva de pedras parasse. Todas as pedras que caiam sob o escudo eram imediatamente transformadas em poeira.
Nesse ínterim, pude sentir em meu bolso a concha vibrar loucamente, como se dentro dela tivesse algum passarinho encerrado cujo desesperadamente sentisse a necessidade de sair voando o quanto antes.
Quando a chuva de pedras parara e a nuvem densa de poeira baixara, Rubie pergunta para Belzebu:
--Onde está ele?
--Ali— diz ele erguendo o braço esquerdo apontando na direção do buraco feito no teto.
Descia da direção indicada por Belzebu ,uma grande esfera laranja de fogo.
Ela vinha descendo vagarosamente quando ouço um berro:
--VAMOS ATAQUEM!!!
Aquela voz me era familiar. Era Rafael o meu tio que gritara, acompanhado de meu pai e os outros arcanjos logo atrás.
Dou um sorriso.
Yes!
Meu pai viera me salvar!
Ao que Belzebu me puxa pelo colarinho de minha camiseta soerguendo-me do chão.
--EI, ARCANJOS, NEM PENSEM EM FAZER ISSO... OU ESSE ANJO AQUI MORRE...
Meu pai e meus tios estacam.
Meus pés e mãos rebatiam-se no ar na tentativa inútil de me safar das garras do demônio de moicano. Sentia-me feito uma borboleta que presa nas unhas de um gato travesso debatia-se desesperadamente.
--SOLTE-O AGORA, BELZEBU!—diz meu pai.
--NADA DISSO MIGUEL... PRIMEIRO AFASTEM-SE DA ESFERA... —diz ele me erguendo mais alto, o que faz a concha escorrega do meu bolso indo parar aos pés de Rubie. Qual como uma demônia esperta que era a pega escondendo entre suas vestes.
Belzebu vira, contudo, não dera atenção ao fato. O seu foco era aquele casulo de fogo, no qual estaria Lúcifer.
Os arcanjos obedecem, apesar de eu ter visto uma centelha de arrependimento nos olhos de tio Rafael.
Faltava muito pouco pro casulo tocar o mármore do salão quando Miguel berra:
--VAMOS, BELZEBU DEIXE O GAROTO FORA DISSO, PONHA-NO CHÃO... —fala meu pai.
Belzebu obedece e se vira para Rubie dizendo:
--Cuide dele... —Rubie pega em meu braço como uma águia velha.
E Belzebu dirige-se ao globo de fogo que havia aterrissado a pouquíssimos metros de onde estávamos.
Os arcanjos mantinham-se lá, no alto, tensos. Miguel era o único que não tirava os olhos de mim. Os outros tinham olhos apenas para o globo de fogo e Belzebu, que se ajoelhara, de repente em frente dele.
Na verdade, não existia mais globo. No seu lugar havia um homem de cabelos negros e de pele um pouco morena. Olhando bem, até que ele parecia com meu pai.
Ele caminhava em nossa direção.
***
Não, aquilo não podia ser verdade. Ele não poderia ter saído do inferno tão facilmente...
--Isso é impossível!—sussurro para Rafael, que tinha o rosto decomposto.
--Não, não é impossível. É nosso irmão, o arcanjo caído, Lúcifer que retorna.
De repente, um trovão corta o céu. O mundo parecia que ia acabar.

FIM DA 1ª TEMPORADA

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