6. Preparando-se Para Batalha
Despertei
com a luz do dia, incendiando todo o meu rosto.
Quanto
tempo eu dormira?
Não
sabia dizer precisamente, mas fora muito, pois o sol brilhava fortemente lá
fora.
Levanto
do assoalho de madeira segurando a carta, que havia lido horas atrás.
O
que eu deveria fazer? Entregar-me imediatamente as garras de Bastian ou pedir a
alguém, talvez, Tyler?
Contudo,
Bastian havia deixado explicito na carta, que se eu entrasse em contato com
alguém ele arrancaria a cabeça de minha e a atiraria aos cães. De repente, um
filete cristalino de lágrima escorre pelo meu rosto.
Eu
não era de chorar. Sou do tipo de pessoa, que custa a demonstrar os
sentimentos. Mas naquele momento, não consegui conter as lágrimas que foram
brotando uma a uma até formar uma enxurrada permeada de soluços.
Não,
eu não podia deixá-la morrer. Muito menos, podia deixá-las nas mãos dum
chupador de sangue desgraçado.
Precisava
reagir. Fazer algo para tentar impedi-lo.
Vou
a minha estante de livros branca que permanecera intocada. Procuro pelo livro
de capa dura e vermelha que falava sobre vampiros. Havia passagem do livro em
que dizia como acabar com um vampiro.
Abro
livro e vou folheando as suas páginas vorazmente, fazendo as páginas
farfalharem.
Enfim
encontro o trecho que eu desejava que dizia o seguinte:
Meios de Exterminar um vampiro:
1. Estacas feitas de Salgueiro:
Apenas estacas provenientes desta árvore funcionam contra vampiros, pois esta
possui propriedades mágicas, já que ela é utilizada para simbolizar o poder das
bruxas. A estaca deve ser fincada bem no meio do coração da criatura, pois só
assim tal praga deixará de existir, desintegrando-se instantaneamente,
transformando-se em cinzas.
2. Balas Santas:
Balas santas são balas, qual sua composição é a mistura de três metais nobres:
o ouro, a prata e o bronze. Cuja se mistura com água santa, não aquela que pode
ser encontrada em qualquer igreja de esquina, mas sim aquela de Jerusalém, onde
cristo fora batizado. Normalmente, estas balas vêem acompanhadas, por um Colt
BVP 350 série 095, que é mundialmente conhecido pela sua capacidade de longo
alcance e sua velocidade eficiente.
3. Orbes de Luz:
Orbes de luz são esferas do tamanho de uma bola de gude que tem um efeito
imediato e destruidor sobre a pele dos vampiros. Mesmo eles ingerindo verbena.
Os orbes funcionam da seguinte maneira: ao retirar-se um pequeno pino que se
encontra em sua extremidade (que se assemelha a uma agulha) o caçador terá
poucos segundos para lançá-la contra os vampiros, que terão quase de imediato a
pele torrada. Isso sucede porque os orbes imitam vagamente o brilho da luz do
sol. Só que aumentado em cinco vezes aproximadamente. Os orbes são muitíssimo
eficientes para aniquilar ninhos de uma vez só.
Obs:
ao lançar as pequenas esferas é necessário, que o caçador afaste-se o quanto
antes, há uma distância de até trezentos metros, pois este mesmo pode sofrer
sérios ferimentos.
4. A Gargantilha de Alexandria: Este
artefato é antigo e muito desconhecido, apesar de existir lendas sobre as suas
propriedades mágicas. Segundo, algumas lendas esta gargantilha tem a capacidade
de proteger quem o utiliza de vampiros, repelindo-os a um raio de 100 metros.
Além de que, esse artefato impede a ação dos poderes sedutores, característicos
de todas estas criaturas. Acredita-se que existam apenas cinco relíquias desta
espécie em todo o mundo. A gargantilha de Alexandria é muito rara, tornando-se
quase impossível de se encontrar uma.
Fecho
o livro.
Onde
encontraria esses tipos de objetos, aqui em Peba City, a cidade mais
provinciana de todo o Brasil?
A
minha resposta veio assim que, eu fora guardar o livro na estante. Um
papelzinho cai de dentro do livro.
Madame
Sophia vende tudo o que você necessita!
Artigos
para extermínios de vampiros, lobos, múmias, fantasmas e etc.
E
só Madame Sophia oferece tais produtos com preços bem acessíveis!
Madame
Sophia.
Seco
as lágrimas do meu rosto.
E
sem mesmo tomar café ou dar uma ajeitada no visu,
me dirijo a loja de madame Sophia.
Bom,
Bastian havia dito que eu não poderia levar ninguém comigo, contudo, ele não
disse nada sobre levar um kit anti-vampiro para nosso encontro.
***
—Darling,
o que você veio fazer aqui? —me pergunta Alieta pela décima oitava vez. —Essa
mulher é pirada...
Estávamos
no carro do pai de Alieta.
Havia
pedido que ela me levasse. Podia muito pegar o carro daminha mãe, se eu
soubesse dirigir, mas como eu não sei... Tive que apelar pra minha amiga.
—Você
fica aqui, enquanto eu vou lá dentro...
—Espere... —diz ela pegando no meu braço
com olhos arregalados de sapo boi. —Leve esse spray de pimenta... É ótimo para escapar de gente louca...
Alieta
retira de dentro de sua bolsa uma latinha pequena de spray de pimenta e a me dá. Como não estava com vontade discutir,
eu pego a pequena lata sem reclamar e a guardo no bolso de minha jaqueta.
Saio
do carro e entro na loja esotérica de Madame Sophia.
***
—Alguém??
—pergunto tocando a sineta que ficava em cima do balcão vazio. Bati pelo menos
umas duas vezes, até que a cigana aparecesse.
—O
que deseja? —me pergunta.
—Quero
tudo que está neste papel — digo jogando um pedaço de papel em cima do balcão.
—Vai
pagar como? —pergunta ela.
—Em
dinheiro...
Ela
pega o papel e o analisa. Relanceia os olhos do papel para mim e de mim pro
papel. Depois, como eu ficara a encarando ela se dirige ao fundo da loja.
Depois
de uma espera de mais de uma hora a cigana me aparece abraçando várias caixas.
—Eu
só não possuo a gargantilha... —diz-me ela pondo três caixas quadradas nas
cores: azul, vermelha e verde, em cima do balcão.
—Tudo
bem... Quanto deu? —pergunto já prevendo que toda a minha mesada iria pro ralo.
Ela
pega uma calculadora de dentro duma gaveta e faz os cálculos.
—Oitocentos
e cinqüenta reais.
Nessa
hora minha alma saiu e voltou rapidamente do meu corpo.
Mas
tudo tem um preço. E eis que esse era o meu para exterminar um vampiro. Entrego
o dinheiro a cigana e saio de seu estabelecimento sobraçando muitas caixas. Tão
logo entro no carro e Alieta me pergunta:
—O
que é isso tudo?
—São
incensos, mamãe me pedira para comprá-los... —minto, fazendo com minha amiga
fofoqueira caísse na estória.
Mentir,
tornou-se para mim uma tarefa cada vez mais fácil.
***
Logo
após de fechar a porta atrás de mim e perceber o silêncio angustiante, que
habitava o interior de minha, fui logo desempacotando o meu “kit”
anti-vampiros.
Vou
abrindo minuciosamente as caixas como se aquilo fosse algo misterioso e
necessário. Desempacoto uma caixa quadrada e pequena onde havia um pequeno saco
translúcido com pequenas bolinhas – que para mim pareciam bolinhas de gudes—
que eram as orbes.
Jogo
o pacote em cima do sofá e parto para a outra caixa. Uma caixa verde e
retangular. Abro-a e encontro seis estacas muito bem alinhadas presas rentes
por uma fita preta junto à caixa.
Passo
após, para o Colt, que estava dentro duma caixinha aonde continha um estojo de
balas. Não vazia a mínima ideia como carregar uma arma, até porque nunca em
minha vida havia usado uma... Mas teria de aprender.
Subo
pro meu quarto, procuro por uma bolsa grande de caveiras brancas em meu
guarda-roupa ainda bagunçado e depois volto pra sala.
Bom,
aquela bolsa seria o esconderijo adequado para meu pequeno “kit.” Muito
provavelmente, ele não estaria só nessa. Com certeza, haveria capangas ao lado
dele. Todavia estaria preparada para enfrentá-los.
De
súbito, meu celular começa tocar. Era ele, Tyler.
Atendo
o telefone.
CONTINUA
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