terça-feira, 5 de março de 2013

A HORA DOS LOBOS Cap.6


raffael petter


  6. Preparando-se Para Batalha
Despertei com a luz do dia, incendiando todo o meu rosto.
Quanto tempo eu dormira?
Não sabia dizer precisamente, mas fora muito, pois o sol brilhava fortemente lá fora.
Levanto do assoalho de madeira segurando a carta, que havia lido horas atrás.
O que eu deveria fazer? Entregar-me imediatamente as garras de Bastian ou pedir a alguém, talvez, Tyler?
Contudo, Bastian havia deixado explicito na carta, que se eu entrasse em contato com alguém ele arrancaria a cabeça de minha e a atiraria aos cães. De repente, um filete cristalino de lágrima escorre pelo meu rosto.
Eu não era de chorar. Sou do tipo de pessoa, que custa a demonstrar os sentimentos. Mas naquele momento, não consegui conter as lágrimas que foram brotando uma a uma até formar uma enxurrada permeada de soluços.
Não, eu não podia deixá-la morrer. Muito menos, podia deixá-las nas mãos dum chupador de sangue desgraçado.
Precisava reagir. Fazer algo para tentar impedi-lo.
Vou a minha estante de livros branca que permanecera intocada. Procuro pelo livro de capa dura e vermelha que falava sobre vampiros. Havia passagem do livro em que dizia como acabar com um vampiro.
Abro livro e vou folheando as suas páginas vorazmente, fazendo as páginas farfalharem.
Enfim encontro o trecho que eu desejava que dizia o seguinte:
           Meios de Exterminar um vampiro:

1.  Estacas feitas de Salgueiro: Apenas estacas provenientes desta árvore funcionam contra vampiros, pois esta possui propriedades mágicas, já que ela é utilizada para simbolizar o poder das bruxas. A estaca deve ser fincada bem no meio do coração da criatura, pois só assim tal praga deixará de existir, desintegrando-se instantaneamente, transformando-se em cinzas.

2.  Balas Santas: Balas santas são balas, qual sua composição é a mistura de três metais nobres: o ouro, a prata e o bronze. Cuja se mistura com água santa, não aquela que pode ser encontrada em qualquer igreja de esquina, mas sim aquela de Jerusalém, onde cristo fora batizado. Normalmente, estas balas vêem acompanhadas, por um Colt BVP 350 série 095, que é mundialmente conhecido pela sua capacidade de longo alcance e sua velocidade eficiente.

3.  Orbes de Luz: Orbes de luz são esferas do tamanho de uma bola de gude que tem um efeito imediato e destruidor sobre a pele dos vampiros. Mesmo eles ingerindo verbena. Os orbes funcionam da seguinte maneira: ao retirar-se um pequeno pino que se encontra em sua extremidade (que se assemelha a uma agulha) o caçador terá poucos segundos para lançá-la contra os vampiros, que terão quase de imediato a pele torrada. Isso sucede porque os orbes imitam vagamente o brilho da luz do sol. Só que aumentado em cinco vezes aproximadamente. Os orbes são muitíssimo eficientes para aniquilar ninhos de uma vez só.
Obs: ao lançar as pequenas esferas é necessário, que o caçador afaste-se o quanto antes, há uma distância de até trezentos metros, pois este mesmo pode sofrer sérios ferimentos.
4.  A Gargantilha de Alexandria: Este artefato é antigo e muito desconhecido, apesar de existir lendas sobre as suas propriedades mágicas. Segundo, algumas lendas esta gargantilha tem a capacidade de proteger quem o utiliza de vampiros, repelindo-os a um raio de 100 metros. Além de que, esse artefato impede a ação dos poderes sedutores, característicos de todas estas criaturas. Acredita-se que existam apenas cinco relíquias desta espécie em todo o mundo. A gargantilha de Alexandria é muito rara, tornando-se quase impossível de se encontrar uma.
Fecho o livro.
Onde encontraria esses tipos de objetos, aqui em Peba City, a cidade mais provinciana de todo o Brasil?
A minha resposta veio assim que, eu fora guardar o livro na estante. Um papelzinho cai de dentro do livro.
 
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Madame Sophia.

Seco as lágrimas do meu rosto.
E sem mesmo tomar café ou dar uma ajeitada no visu, me dirijo a loja de madame Sophia.
Bom, Bastian havia dito que eu não poderia levar ninguém comigo, contudo, ele não disse nada sobre levar um kit anti-vampiro para nosso encontro.
                            ***

—Darling, o que você veio fazer aqui? —me pergunta Alieta pela décima oitava vez. —Essa mulher é pirada...
Estávamos no carro do pai de Alieta.
Havia pedido que ela me levasse. Podia muito pegar o carro daminha mãe, se eu soubesse dirigir, mas como eu não sei... Tive que apelar pra minha amiga.
—Você fica aqui, enquanto eu vou lá dentro...
Espere... —diz ela pegando no meu braço com olhos arregalados de sapo boi. —Leve esse spray de pimenta... É ótimo para escapar de gente louca...
Alieta retira de dentro de sua bolsa uma latinha pequena de spray de pimenta e a me dá. Como não estava com vontade discutir, eu pego a pequena lata sem reclamar e a guardo no bolso de minha jaqueta.
Saio do carro e entro na loja esotérica de Madame Sophia.
                                 ***
—Alguém?? —pergunto tocando a sineta que ficava em cima do balcão vazio. Bati pelo menos umas duas vezes, até que a cigana aparecesse.
—O que deseja? —me pergunta.
—Quero tudo que está neste papel — digo jogando um pedaço de papel em cima do balcão.
—Vai pagar como? —pergunta ela.
—Em dinheiro...
Ela pega o papel e o analisa. Relanceia os olhos do papel para mim e de mim pro papel. Depois, como eu ficara a encarando ela se dirige ao fundo da loja.
Depois de uma espera de mais de uma hora a cigana me aparece abraçando várias caixas.
—Eu só não possuo a gargantilha... —diz-me ela pondo três caixas quadradas nas cores: azul, vermelha e verde, em cima do balcão.
—Tudo bem... Quanto deu? —pergunto já prevendo que toda a minha mesada iria pro ralo.
Ela pega uma calculadora de dentro duma gaveta e faz os cálculos.
—Oitocentos e cinqüenta reais.
Nessa hora minha alma saiu e voltou rapidamente do meu corpo.
Mas tudo tem um preço. E eis que esse era o meu para exterminar um vampiro. Entrego o dinheiro a cigana e saio de seu estabelecimento sobraçando muitas caixas. Tão logo entro no carro e Alieta me pergunta:
—O que é isso tudo?
—São incensos, mamãe me pedira para comprá-los... —minto, fazendo com minha amiga fofoqueira caísse na estória.
Mentir, tornou-se para mim uma tarefa cada vez mais fácil.
                                ***
Logo após de fechar a porta atrás de mim e perceber o silêncio angustiante, que habitava o interior de minha, fui logo desempacotando o meu “kit” anti-vampiros.
Vou abrindo minuciosamente as caixas como se aquilo fosse algo misterioso e necessário. Desempacoto uma caixa quadrada e pequena onde havia um pequeno saco translúcido com pequenas bolinhas – que para mim pareciam bolinhas de gudes— que eram as orbes.
Jogo o pacote em cima do sofá e parto para a outra caixa. Uma caixa verde e retangular. Abro-a e encontro seis estacas muito bem alinhadas presas rentes por uma fita preta junto à caixa.
Passo após, para o Colt, que estava dentro duma caixinha aonde continha um estojo de balas. Não vazia a mínima ideia como carregar uma arma, até porque nunca em minha vida havia usado uma... Mas teria de aprender.
Subo pro meu quarto, procuro por uma bolsa grande de caveiras brancas em meu guarda-roupa ainda bagunçado e depois volto pra sala.
Bom, aquela bolsa seria o esconderijo adequado para meu pequeno “kit.” Muito provavelmente, ele não estaria só nessa. Com certeza, haveria capangas ao lado dele. Todavia estaria preparada para enfrentá-los.
De súbito, meu celular começa tocar. Era ele, Tyler.
Atendo o telefone.
 

CONTINUA

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