Mel
voltava da faculdade. Cursava jornalismo. Amava tanto aquele curso, que não
perdia um só dia. E porque também faltava apenas seis meses para terminá-lo.
Antes
mesmo de acabá-lo, já procurava estágio em um grande jornal da cidade. Queria
deixar o quanto antes aquele emprego como garçonete, na parte da manhã que só
aceita, porque tinha que pagar a mensalidade da meia-bolsa que tinha.
Quem
visse Mel, diria se tratar duma
super modelo, pois era magra, alta, cabelos loiros dona olhos verdes expressivos,
que chamavam muito a atenção dos rapazes da faculdade.
Porém,
ela não queria namorar, pelo menos, não enquanto não terminasse a faculdade e
estivesse com um emprego garantido.
Era
uma mulher independente, que não gostava de viver à custa de terceiros.
Raramente, quando tinha encontros , ela fazia questão de dividir a conta, mesmo
se o rapaz num repentino e oportunista lapso de cavalheirismo insistisse em
pagar totalmente a conta.
O
pior de se estudar a noite eram os perigos que ela escondia, sobretudo, quando
se é uma mulher.
Ouvira
muitos casos ultimamente no noticiário local, sobre ataque a mulheres, que
subitamente eram atacadas por um maníaco de canivete.
O
tec-tec de seus saltos furava o silêncio da noite, espantando gatos vadios que
acabavam de abocanhar gordos ratos.
Se
ela soubesse não teria ido de salto, não mesmo...
***
Virou
a esquina e entrou numa ruazinha vazia e silenciosa, sinistra...
Havia
algo no ar que ela não conseguia distinguir. Uma atmosfera tensa... Tão tensa
que fez com que o seu corpo se arrepiasse por completo...
-Bobagem...
—disse para si e continuando caminhar....
***
Quando
estava prestes a deixar aquela rua escura, algo atrás da pobre garota moveu-se
tão depressa que esta mal teve tempo de ver o que a atingia.
Dor.
Apenas
dor.
Era
o que sentia.
Tentou
se erguer do chão, porém uma dor lancinante nas costelas não lhe permitiu que o
fizesse.
Fechou
os olhos, puxou o ar com força e tentou ergue-se novamente. Porém, assim como
antes não conseguiu. Encolheu-se dolorida.
Permitiu-se
abrir os olhos para tentar localizar seu assassino.
Botas.
A
única coisa que conseguia ver eram botas. Um par de botas marrom, de couro.
Começou
a chorar porque sabia que não mais viveria. Lágrimas lhe brincaram pela bochecha
até atingir o chão.
Algo
molhava a sua roupa?
Sim,
molhava.
Sangue...
Tentou
se virar para implorar por sua vida, quando a lamina do assassino num golpe rápido
e suave lhe corta jugular...
E
em pouco,em pouco o brilho que continha a chamada vida foi se apagando.A última
coisa que vira fora a cara de prazer do assassino...
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