Uma vez a cada cem anos,
as bruxas de todas as partes do mundo se reúnem para o Sabá.
-- Olá, Dora. Como tem
passado? –disse a bruxa anelados cor de abóbora. Cumprimentava uma bruxa de
rosto oval de cabelos pretos, lisos e gordurosos.
-- Vou bem, Melissa. O que
você acha que vai ter de bom este século, Mel?
-- Penso que será uma
festa maior e melhor do que aquela do século passado sabe?
-- Infelizmente, não pude
vir... Teve o que de bom?—pergunta Dora, que não viera, pois tivera de cuidar
de sua filha que adoecera. Havia contraído sarampo bem na véspera do Sabá.
-- No século passado fora
o de sempre. Renovamos nossos votos com nossas varinhas mágicas. Bebemos um
pouco de ambrósia, apostamos corridas de vassoura e por fim fizemos a oferenda.
--O que fora a oferenda?
-- Ah... Foi um cordeiro
ladeado de por folhas e flores com aromas adocicados, sabe...? Rosas brancas,
rosas roxas e dentre outras...
As bruxas conversavam
montadas em cima de suas vassouras. O dia começava a descambar lá no horizonte,
deixando o céu cor de laranja. Havia várias outras bruxas atrás de Dora e
Melissa. Contabilizavam-se pelo menos, umas mil. Entre bruxas e feiticeiras. Tá
vocês devem estar se perguntando qual a diferença entre bruxas e feiticeiras.
Bom isso é muito fácil de ser explicado. Feiticeiras são bruxas de faculdades
mágicas incompletas, isto é, o seu potencial mágico ainda não fora plenamente
alcançado. É como se ela ainda estivesse em treino.
Já as bruxas têm suas
faculdades mágicas totalmente completas. E é no dia do Sabá, que as bruxas como
se formassem. Deixando de serem meras sibilas para se tornarem uma bruxa plena.
--Oi... é.. desculpe
interromper moça...—dizia , timidamente,uma garota a Melissa— Aonde é que temos
de ir...?
A moça parecia ter seus vinte
anos. Era ruiva como sangue. Tinha olhos castanhos cor de madeira e sardas no
rosto. Sorria patentemente para Melissa que lhe diz:
-- Bom está vendo aquela
luz roxa, bem lá no centro do horizonte?— indicava a bruxa experiente. —Então,
é pra lá, que temos que ir... Aquela luz na verdade é uma estrela de David, só
nós bruxas ou feiticeiras enxergamos, pois nos serve de guia. Os humanos comuns
não a enxergam e muito menos a nós.
-- Ah, tá... Brigada,
então. —disse a menina com ares de que havia descobrido algo que sempre esteve
em sua cara o tempo todo.
-- Ela deve ser novata,
não?—diz Dora quando a bruxa de cabelos ruivos afastara-se de Melissa.
-- Muito provavelmente...
Antigamente era muito pior... Não havia aquela estrela nos guiando... Tínhamos
de encontrar o caminho por si só. Sem auxílio. Hoje em dia a juventude tem tudo
muito mastigado.
-- Há quanto tempo você
freqüenta o dia Sabático? – pergunta Dora interessada.
-- Bom, se eu estiver
certa pelos menos uns cinco séculos em seguida. Obviamente descontando os
outros em que eu era apenas uma simples feiticeira.
Melissa estava na casa dos
quarenta. Margeava já, aos cinqüenta. Tinha uma beleza madura. Lábios finos e
vermelhos e pele sardenta.
Enquanto Dora ainda estava
na metade dos trinta. Podia-se dizer que era bonita. Tinha sombracelhas grossas
e arqueadas que lhe atribuíam uma beleza selvagem, quase amazônica.
As duas haviam se
conhecido há dois séculos mais ou menos. E desde então se tornaram amigas
inseparáveis, já ambas moravam no Brasil e no mesmo estado. São Paulo.
O Sabá daquele século
seria no Rio grande do Sul. Estado apropriadíssimo devido ao seu clima ameno.
-- Estamos se
aproximando... Melhor a gente da uma guinada em nossas vassouras... —avisa Dora.
O sol já havia se
derretido no horizonte. O firmamento estava negro salpicado de estrelas
reluzentes. Contudo, não tão reluzente quanto aquela estrela de David que com o
pôr - do- sol começa a rebrilhar com maior intensidade como se fosse um farol.
***
As bruxas aportavam com
suas vassouras em uma clareira, onde queimava em seu centro uma imensa fogueira
de chamas das mais variadas cores—verdes, azuis, amarelas, roxas...
--Enfim, chegamos...
—pronuncia-se Dora. Melissa estava a seu lado.
-- Caramba!Isto aqui está
uma beleza...
Realmente, o lugar estava
uma beleza. Um grande caldeirão feito de ouro ardia numa fogueira um pouco
menor do que aquela das labaredas multicolores. Havia borboletas prateadas
volitantes, corvos com penas de esmeralda, rubi e ametista empoleirados,
expectantes nos galhos das árvores. Quando s e olhava diretamente para a
abóboda celeste era possível ver camas fabricadas de teias de aranhas luzirem
como se fossem fios tênues de prata.
-- Neste ano eles se
superaram. —fala Dora exultante.
-- Sem sombras de
dúvidas...
-- É melhor, nós nos
aproximamos do caldeirão, pois já será dado início ao ritual de renovação dos
votos das varinhas...
As duas bruxas foram umas
das primeiras a chegarem à fila indiana quilométrica. Fila cuja essa, rodeava
em caracol pela clareira.
***
Pronto.
Chegara à vez de Dora.
Pega a sua varinha feita de jambo. Escuríssima, com desenhos de faunos
entalhados nela e joga-a no enorme caldeirão. Para tal as bruxas tinham de ir
voando em suas vassouras. Daquele ritual só participavam mesmo as bruxas plenas.
As feiticeiras iriam
participar de outro ritual. Que lhes descreverei a seguir.
Logo após de todas as
bruxas depositarem suas varinhas no caldeirão eis que esse é incendiado.
Lembra-se, daquela fogueira de centelhas coloridas? Esta se transforma num
verdadeiro furacão de fogo que ao chegarão caldeirão derrete-o. E o mais legal
de tudo é que após de o caldeirão derreter e o furacão de chamas de se extinto
as varinhas retornam as mão estendidas de suas donas.
***
O ritual de iniciação
baseava-se num banho em que elas receberiam nuas, um preparado de mel com
pétalas de flores e ervas secretas. Tudo no Sabá era executado por bruxas
senis.
Experientes.
Depois disso, suas
varinhas eram consumidas num caldeirão de prata menor do que aquele, para
depois elas retornarem a posse de suas donas.
E logo após a estas maratonas de rituais as bruxas comemoram bebendo ambrósia. Um suco de textura como mel, doce como o açúcar e muitíssimo inebriante.
E logo após a estas maratonas de rituais as bruxas comemoram bebendo ambrósia. Um suco de textura como mel, doce como o açúcar e muitíssimo inebriante.
Ao final de tudo joga-se
na fogueira um cordeiro totalmente preparado em ervas e flores que em contato
com as chamas depreendiam no ar agradáveis cheiros. E assim iniciava-se o voo
de retorno das bruxas. Pronto. Aí, podia-se dar como encerrado o Sabá das
bruxas.
Oi! Adorei o episódio, mas, ele está vinculado com outros contos? :S
ResponderExcluirMe perdi um pouco '-'
beijos
Dressa este á apenas um conto. Não tem haver com a série Selena.
ExcluirMuito Obrigado por comentar!
Olá eu fiquei imaginando que ia ser de terror mas foi bem leve, continue escrevendo, a pratica leva a perfeição.
ResponderExcluirbjos
Pçá. Taty na verade este conto é de fantasia é que esqueci de colocar a etiqueta de fantasia.Em suma, obrigado por opinar volte sempre!
ExcluirOlá amigo, recebi seu convite e aqui estou.
ResponderExcluirGostei muito do seu texto - conto!
Tanto que repassei na CASA DA BRUXA JADE FÊNIX agora mesmo.
Que as divindades continuem a te iluminar todos os dias.
Boas energias direcionadas em seu viver e em seu sucesso,
BRUXA JADE FÊNIX
Que assim seja!Acabei de ver, ficou demais!E obrigado, viu?
ExcluirBjos!