As redes sociais são plataformas que
alavancam personalidades que nunca ouvimos falar, lançando-as ao estrelato.
Alguns têm sucesso passageiro: duram quinze minutos, outros um reles story.
Mas há outros que ampliam os seus quinze minutos de fama de tal modo que
conseguem atrair consigo uma horda de fãs e curiosos. Avolumando e perdurando
assim tal status.
De um instante para o outro a vida da
pessoa se torna interessante. Vamos consumindo cada passo seu, cada suspiro. E
da noite para o dia, de um story para outro, sem que
percebamos, almejamos a vida dela.
A pessoa transforma-se em influencer.
Mas por que isso acontece?Por que
desejamos ter a vida dela? Ser como ela? Ter algo que ela tenha?
Isso acontece, oras, porque preferimos consumir,muitas
das vezes, a vida de alguém que viaja quase todo mês para algum país da Europa,
come nos restaurantes mais caros ou frequenta as melhores baladas do Brasil do
que a vida de um trabalhador que vive com seu cachorro numa fazenda no interior
do sertão por exemplo. Não que a vida do trabalhador que vive com o seu
cachorrinho seja menos interessante. Ambos o são. Mas é tudo questão de ótica.
Identifico-me com o que eu quero ou desejo. E muitas vezes (quase sempre) o que
desejo não condiz com o meu estrato social. E por conta disso o meu desejo só
faz aumentar. É aberto o apetite. O apetite pelo que não tenho.
O problema não reside em ser influenciado
ou consumir algo oferecido pelo influencer.
O grande problema está em quem influencia
e como ele o faz. Além de ter milhões de seguidores e possuir engajamento, o
influencer tem uma obrigação que poucos se lembram de ter, que é a
responsabilidade com os seus seguidores.
Isto é, você postar stories fazendo festa com os seus amigos para os seus milhões de seguidores em plena pandemia de Corona é
de uma irresponsabilidade tremenda. Irresponsabilidade e falta de sensibilidade.
Gabriela Pugliesi na noite de sábado
(25/04/2020) dera uma festa em seu apartamento. Uma festa com meia dúzia de
amigas. Uma festa com amigas em pleno Corona. Repito novamente para não restar dúvidas:
Gabriela Pugliesi dera uma festa em sua casa com meia dúzia de amigas em pleno
Corona.
Ela uma digital influencer com quase cinco
milhões de seguidores na sua conta, dera uma festa desrespeitando as normas de
prevenção que foram decretadas: pessoas têm de ficar de distanciamento social e
só sair de casa para fazer as coisas mais básicas e necessárias. O que
significa: nada de festa com meia dúzia de amigas. É inconcebível, desumano.
Não pode.
O mais engraçado de tudo é que a própria
contraíra anteriormente o vírus durante a festa de casamento da irmã. A
própria. E poderia ter aprendido algo com o acontecido. Poderia. Aprendera?
Não, não aprendera.
Porque ela não aprendera? Porque ela vive
numa bolha gigantesca. Como muitos que vejo por aí, que literalmente cagam e
andam para o com o outro. Zero de empatia com o próximo. Zero. O único zero que
importa para eles, é o zero dos milhões que compõem os seus seguidores.
Isso que a Pugliesi fizera, fora um ato
horrendo, estúpido. Um atentado a vida. Uma falta de empatia com as pessoas que
estão na linha de frente lutando contra esse vírus maldito e contra àqueles que
agonizam pelo mesmo ou até mesmo pelos os que já se foram. É como se ela desse
a mínima. Logo ela toda budista, toda zen.Toda digital influencer fitness que
sempre prezou a saúde acima de tudo...
De digital influencer fitness,ela Gabriela
Pugliesi, passara a digital influenza.